DOENÇAS SEXUALMENTE TRANSMISSÍVEIS
- 2012/novembro/8
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SABEMOS QUE MUITOS HOMENS E MULHERES SÃO ACOMETIDOS POR ESTAS DOENÇAS DE TRANSMISSÃO SEXUAL E QUE PODEM SER PERFEITAMENTE PREVENIDAS COM MEDIDAS JÁ CONHECIDAS POR TODOS . IMPORTANTE SERÁ O DIAGNÓSTICO PRECOCE PARA EFETUARMOS O TRATAMENTO CURATIVO E NÃO FICAREM SEQUELAS NOS ÓRGAOS GENITAIS ENVOLVIDOS . PORTANTO , VAMOS COMEÇAR COM ILUSTRAÇOES REAIS EM HOMENS E MULHERES ACOMETIDOS PELAS D.S.T. PARA QUE VOCES POSSAM RACIOCINAR E IDENTIFICAR A PATOLOGIA PRESENTE :
CASO 01
DESCRIÇÃO : OBSERVE A PRESENÇA DE UMA ÚLCERA ÚNICA , NÃO SANGRANTE , RASA , FUNDO LEVEMENTE PURULENTO . TRATA-SE DE UMA SÍFILIS PRIMÁRIA . A SÍFILIS É CAUSADA POR UMA BACTÉRIA CHAMADA TREPONEMA PALLIDUM . APÓS O CONTÁGIO DE 21 A 30 DIAS APARECE A LESAÕ INICIAL ( CANCRO DURO ) ; COM 40 DIAS A ADENOPATIA SATÉLITE E A SOROLOGIA POSITIVA ( VDRL ) ; 60 DIAS A SEIS MESES AS LESÕES ESTARÃO NA PELE ( ROSÉOLAS E PÁPULAS ) E PODERÁ HAVER QUEDA DE CABELO E ACIMA DE 3 ANOS APARECEM AS LESÕES TEGUMENTARES , VISCERAIS , OCULARES E ÓSSEAS . O DIAGNÓSTICO LABORATORIAL MAIS USADO É O VDRL , PORÉM PODEM SER FEITOS TAMBÉM O EXAME BACTERIOLÓGICO DIRETO , IMUNOFLORESCÊNCIA DIRETA E O PCR .
UMA DAS COMPLICAÇÕES MAIS VISTAS EM NOSSO MEIO É SIFILIS CONGÊNITA ( TRANSMITIDA DA MÃE PARA O FILHO ) COM ALTOS ÍNDICES DE MORTALIDADE E MORBIDADE.
O TRATAMENTO SERÁ ASSIM DIVIDIDO : SÍFILIS RECENTE OU LATENTE ATÉ 1 ANO : PENICILINA BENZATINA 2 400 000 UI ( IM ) + 2 400 000 UI ( IM ) APÓS SETE DIAS ; SÍFILIS APÓS 01 ANO OU TARDIA PENICILINA BENZATINA 2 400 000 UI ( IM ) POR SEMANAS POR 4 SEMANAS ( LEMBRAR QUE DEVE-SE FAZER 1 200 000 UI EM CADA GLÚTEO ) ; NEUROSÍFILIS > PENICILINA G CRISTALINA 50 000 UI/KG/DIA , E.V. POR 10 DIAS . ALÉRGICOS A PENICILINA : USAR DOXICICLINA 100 MG V.O . DE 12/12 HORAS POR 20 DIAS. NAS GESTANTES RECOMENDA-SE USO DE AZITROMICINA , CASO ALÉRGICAS A PENICILINA .
PARA CONTROLE DO TRATAMENTO DEVEMOS PEDIR O VDRL QUANTITATIVO 3 , 6 E 12 MESES APÓS O TRATAMENTO E NA GESTAÇÃO DEVERÁ SER MENSAL . NORMALMENTE AS LESÕES DESAPARECEM EM 1 A 2 SEMANAS E OCORRE DECRÉSCIMO DE 4 TÍTULOS OU MAIS NA SOROLOGIA INICIAL.
ABAIXO IMAGENS DE SÍFILIS CUTÂNEA
CASO 02
OBSERVEM AS MÚLTIPLAS VESÍCULAS SOBRE BASE ERITEMATOSA QUE ULCERAM CAUSANDO MUITA DOR E ARDOR NOS ÓRGÃOS GENITAIS E SE NÃO TRATADAS LOGO EVOLUEM COM INFECCÇÃO BACTERIANA SECUNDÁRIA; TRATA-SE DE HERPES GENITAL . O AGENTE ETIOLÓGICO É UM HERPES VÍRUS SIMPLES TIPO I E II COM PREDOMÍNIO ABSOLUTO DO TIPO II. INICIALMENTE OCORRE PRURIDO E ARDÊNCIA NA REGIÃO GENITAL . NAS LESÕES ATIVAS VERIFICAMOS VESÍCULAS QUE ULCERADAS PROVOCAM INTENSO ARDOR E DOR. A PRIMOINFECÇÃO TENDE A APRESENTAR QUADRO MAIS EXUBERANTE E DEPOIS PODEM OCORRER RECORRÊNCIAS EM PERÍODOS DE ESTRESSE , FRIO , SOL EM EXCESSO E MENSTRUAÇÃO , VISTO QUE O VÍRUS FICARÁ LATENTE NAS CÉLULAS GANGLIONARES E BAINHA DE MIELINA DOS NERVOS PERIFÉRICOS PODENDO SER REATIVADO QUANDO HÁ QUEDA DE IMUNIDADE DO PACIENTE.
O DIAGNÓSTICO LABORATORIAL SERÁ ATRAVÉZ DO: CITODIAGNÓSTICO ONDE SE VISUALIZAM CÉLULAS GRANDES , MULTINUCLEADAS , AMOLDAMENTO NUCLEAR E INCLUSÕES VIRAIS ; SOROLOGIA IGG E IGM ; PCR E CAPTURA HÍBRIDA.
NÃO PODEMOS ESQUECER DAS PATOLOGIAS SIMILARES NO DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL : SÍFILIS , PIODERMITES , CANCRO MOLE , EXULCERAÇÕES TRAUMÁTICAS.
QUANTO AO TRATAMENTO ORIENTAMOS : CUIDADES LOCAIS , ELIMINAÇÃO E PREVENÇÃO DA INFECÇÃO SECUNDÁRIA E MEDICAMENTOS ANTIVIRAIS : ACICLOVIR 400 MG V.O. DE 8/8 HORAS POR 5 DIAS ; FANCICLOVIR 125 MG V.O. DE 12/12 HORAS POR 5 DIAS E ATUALMENTE UM DOS MAIS POTENTES O VALACICLOVIR 500 MG V. O. DE 12/12 HORAS POR 5 DIAS. O ACICLOVIR E O FANCICLOVIR PODEM SER ASSOCIADOS COMO POMADAS DE USO TÓPICO .
CASO 03
TRATA-SE DO CANCRO MOLE . AFECÇÃO VENÉREA CAUSADA PELA BACTÉRIA HAEMOPHILUS DUCREYI . OBSERVAMOS LESÕES ULCERADAS MÚLTIPLAS , DOLOROSAS , BORDAS IRREGULARES , CONTORNOS ERITEMA-EDEMATOSOS E FUNDO IRREGULAR RECOBERTO POR EXSUDATO NECRÓTICO AMARELADO COM ODOR FÉTIDO . NO HOMEM OS LOCAIS MAIS ACOMETIDOS SÃO O FRÊNULO E SULCO BÁLANOPREPUCIAL ; NA MULHER A FÚRCULA E FACE INTERNA DE PEQUENOS E GRANDES LÁBIOS DA VULVA.
O DIAGNÓSTICO LABORATORIAL PODE SER POR EXAME DIRETO ( GRAM ) ONDE OBSERVAMOS BACILOS GRAM-NEGATIVOS INTRACELULARES ACOMPANHADOS DE COCOS GRAM–POSITIVOS ; EXAMES DE BIOLOGIA MOLECULAR TAMBÉM PODERÃO SER USADOS .
DIFERENCIAR O CANCRO MOLE DE CANCRO DURO , HERPES , LINFOGRANULOMA VENÉREO E EROSÕES TRAUMÁTICAS INFECTADAS .
QUANTO AO TRATAMENTO : MEDIDAS HIGIÊNICAS LOCAIS E ANTIBIOTICOTERAPIA : AZITROMICINA 1 GRAMA DOSE ÚNICA ; CIPROFLOXACINO 500 MG 12/12 HORAS POR 10 DIAS ; DOXICICLINA 100 MG DE 12/12 HORAS POR 10 DIAS . O PROGNÓSTICO É BOM , PORÉM A CURA COMPLETA NÃO CONFERE IMUNIDADE.
CASO 04
AI VEMOS UMA D.S.T. CHAMADA LINFOGRANULOMA INGUINAL OU DOENÇA DE NICOLAS-FAVRE , CAUSADA PELO AGENTE ETIOLÓGICO CHLAMYDIA TRACHOMATIS CEPAS 11.12.E 13 , BACTÉRIA INTRA-CELULAR COM MECANISMO DE MULTIPLICAÇÃO SEMELHANTE AOS VÍRUS , ISTO É , SÃO DIRETAMENTE DEPENDENTES DAS CÉLULAS HOSPEDEIRAS.
O PONTO DE INOCULAÇÃO GERALMENTE PASSA DESPERCEBIDO E GERALMENTE É NO SULCO BALONOPREPUCIAL E FACE INTERNA DE PEQUENOS LÁBIOS. A LESÃO INICIAL PODE SER UMA PÁPULA , PÚSTULA OU EXULCERAÇÃO INDOLOR SEM SEQUELAS. A ADENOPATIA INGUINAL UNILATERAL É A LESÃO MAIS TÍPICA DESTA DST E PODE EVOLUIR PARA ABSCESSOS QUE AS VEZES NECESSITAM DE DRENAGEM .
O DIAGNÓSTICO LABORATORIAL É FEITO POR EXAME DIRETO ( COLORAÇÃO GIEMSA ) ; SOROLOGIA : FIXAÇÃO DE COMPLEMENTO , IMUNOFLUORESCÊNCIA E ELISA ; BIOLOGIA MOLECULAR : PCR E CAPTURA HÍBRIDA .
DIFERENCIAR O LGI DE CANCRO MOLE , SÍFILIS , TUBERCULOSE GANGLIONAR , PARACOCCIDIOMICOSE INGUINAL E LINFOMA DE HODGKIN .
PODEM OCORRER COMPLICAÇÕES COMO ELEFANTÍASE GENITAL , ESTENOSE ANAL , FÍSTULAS RETAIS , VAGINAIS E VESICAIS .
QUANTO AO TRATAMENTO USAMOS : AZITROMICINA 1 GRAMA V.O POR SEMANA POR 2 SEMANAS ; DOXICILINA 100 MG VO 2 VEZES POR DIA POR 2 SEMANAS ; TIANFENICOL 500 MG VO 3 VEZES POR DIA POR 2 SEMANAS.
CASO 05
D.S.T. CONHECIDA COMO DONOVANOSE OU GRANULOMA VENÉREO . TEM COMO AGENTE ETIOLÓGICO A CALYMMATOBACTERIUM GRANULOMATIS , COCOBACILO GRAM NEGATIVO ENCAPSULADO SENDO PARASITA INTRACELULAR DE MONONUCLEARES ( HISTIÓCITOS E MACRÓFAGOS )
QUADRO CLÍNICO TEM INÍCIO COM UMA ULCERAÇÃO DE BORDA PLANA OU HIPERTRÓFICA, BEM DELIMITADA , COM FUNDO GRANULOSO E DE ASPECTO VERMELHO VIVO E DE SANGRAMENTO FÁCIL, PODENDO TORNAR-SE VEGETANTE OU ÚLCERO-VEGETANTE . AS LESÕES PODEM SER MÚLTIPLAS . FREQUENTES EM REGIÕES DE DOBRAS E REGIÃO PERIANAL .EM HOMENS OS LOCAIS MAIS FREQUENTES SÃO PREPÚCIO , GLANDE , SULCO BALONOPREPUCIAL E BOLSA ESCROTAL . NAS MULHERES ATINGE VULVA , VAGINA , COLO UTERINO E PÚBIS.
DIFERENCIAR ESTA DST DE SÍFILIS , CANCRO MOLE , TUBERCULOSE CUTÂNEA , NEOPLASIAS ULCERADAS , LEISHMANIOSE TEGUMENTAR AMARECIANA E OUTRAS DOENÇAS ULCERATIVAS GRANULOMATOSAS.
DIAGNÓSTICO SERÁ FEITO ATRAVÉS DA IDENTIFICAÇÃO DOS CORPÚSCULOS DE DONOVAN DE MATERIAL OBTIDO POR BIÓPSIA OU RASPADO DA LESÃO.
TRATAMENTO > DOXICILINA 100 MG VO DE 12/12 HS POR 4 SEMANAS ; TIANFENICOL GRANULADO 2,5 G EM DOSE NICA ( 1º DIA DE TRATAMENTO ) E APARTIR DO 2º DIA 500 MG VO DE 12/12 HORAS POR 14 DIAS ;AZITROMICINA 1 G VO POR SEMANA POR 4 SEMANAS.
CASO 06
TRATA-SE DA GONORRÉIA OU BLENORRAGIA E O AGENTE ETIOLÓGICO É A NEISSERIA GONORRHOEAE ( DIPLOCOCO GRAM NEGATIVO INTRACELULAR DE POLIMORFONUCLEARES) .
NO HOMEM CAUSA DISÚRIA , CORRIMENTO URETRAL ABUNDANTE OU MODERADO E NA MULHER OCORREM POUCOS SINTOMAS PORÉM NA MAIORIA NOTA-SE UM QUADRO DE ENDOCERVITE PURULENTA , MUCO-PUS OU MUCO-TURVO ; COLO UTERINO FRIÁVEL E TOQUE GINECOLÓGICO DOLORIDO COM HISTÓRIA DE INFECÇÃO URETRAL NO PARCEIRO É DE GRANDE SUSPEITA
DENTRE AS COMPLICAÇÕES DESTA DST TEMOS A DOENÇA INFLAMATÓRIA PÉLVICA , SALPINGITE , INFECÇÃO DO TRATO GENITAL SUPERIOR ( CAUSANDO INFERTILIDADE E ESTERILIDADE ) , ARTRITE , OFTALMIA , BARTHOLINITE , RETITE , FARINGITE , PROSTATITE , ORQUITE , EPIDIDIMITE , BALANOPOSTITE.
O DIAGNÓSTICO LABORATORIAL SE FAZ POR EXAME BACTERIOLÓGICO ( DIRETO : GRAM OU CULTURA EM MEIO DE THAYER-MARTIN ) ; BIOLOGIA MOLECULAR : CAPTURA HÍBRIDA E PCR
QUANTO AO TRATAMENTO NO QUADRO AGUDO NÃO COMPLICADO PODEMOS USAR : AMOXICILINA 1 GRAMA + PROBENECID 3 GRAMAS DOSE ÚNICA ; CEFIXIMA 400 MG VO DOSE ÚNICA ; TIANFENICOL 2,5 GRAMAS VO DOSE ÚNICA ; CIPROFLOXACINO 500 MG VO DOSE ÚNICA ASSOCIADO A AZITROMICINA 1 GRAMA DOSE ÚNICA.
COM QUADRO CLÍNICO MUITO SEMELHANTE TEMOS AS URETRITES NÃO GONOCÓCICAS CAUSADAS PELA CHLAMYDIA TRACHOMATIS , UREAPLASMA UREALYTICAM , MYCOPLASMA GENITALE E MYCOPLASMA HOMINIS.
A C. TRACHOMATIS É UMA BACTÉRIA OBRIGATORIAMENTE INTRA-CELULAR DE TRANSMISSÃO SEXUAL , SIMILAR A GONORRÉIA CLINICAMENTE , PORÉM MENOS INTENSO OU OLIGOSSINTOMÁTICO . LABORATORIALMENTE SE FAZ O DIAGNÓSTICO ATRAVÉS DE EXAME BACTERIOLÓGICO ( DIRETO E CULTURA ) , IMUNOFLUORESCÊNCIA DIRETA , ELISA , PCR , CAPTURA HÍBRIDA.
TRATAMENTO : AZITROMICINA 1 GRAMA DOSE ÚNICA ; DOXICICLINA 100 MG 2 VEZES POR DIA POR 2 SEMANAS ; TIANFENICOL 500 MG 3 VEZES POR DIA POR 2 SEMANAS .
CASO 07
TRATA-SE DO CONDILOMA ACUMINADO OU INFECÇÃO PELO PAPILOMAVÍRUS HUMANO ( HPV ) TAMBÉM CONHECIDO COMO CRISTA DE GALO OU VERRUGA GENITAL.
PATOLOGIA CAUSADA POR UM VÍRUS , O PAPILOMA VÍRUS HUMANO ( HPV ) , UM DNA VÍRUS DO GRUPO PAPOVAVÍRUS . SUBTIPOS MAIS FREQUENTES : 6/11 , 16/18. AS INFECÇÕES POR ESTE VÍRUS PODERÃO SEGUIR OS CURSOS : 1 ) APRESENTAR-SE COMO INFECÇÕES TRANSITÓRIAS , EM CERCA DE 50 % DOS CASOS , COM COMPLETA ELIMINAÇÃO DO VÍRUS , CASO O ORGANISMO ESTEJA IMUNOLOGICAMENTE COMPETENTE; 2 ) DETERMINAR O APARECIMENTO DE LESÕES QUE PODEM REGREDIR ESPONTANEAMENTE EM 30 A 50 % DOS CASOS ; 3 ) EVOLUIR PARA LESÕES QUE MESMO APÓS TRATAMENTO NÃO CONDUZEM A ELIMINAÇÃO VIRAL , ESTABELECENDO INFECÇÕES PERSISTENTES E ESTAS INFECÇÕES SERIAM RESISTENTES AOS TRATAMENTOS CONVENCIONAIS O QUE FARIAM SER CONSIDERADAS DE ALTO RISCO PARA O DESENVOLVIMENTO DE CÂNCER GENITAL .
A TRANSMISSÃO GERALMENTE É SEXUAL , ENTRETANTO OUTRAS FORMAS DE CONTAMINAÇÃO PODEM SER CONSIDERADAS : TOALHAS , ROUPAS , SABONETE , PORÉM SÃO RARAS.
AS LESÕES SÃO DE ASPECTO PAPILAR, ÚNICAS OU MÚLTIPLAS ( VERRUGAS ) , LESÕES DESCRITAS COMO COUVE-FLOR , FACILMENTE VISTAS PELO MÉDICO E O PACIENTE. AS LESÕES SUBCLÍNICAS SERIAM AQUELAS VISTAS APÓS COLORAÇÃO COM ÁCIDO ACÉTICO OU AZUL DE TOLUIDINA E AMPLIAÇÃO COM AS LENTES DE UM COLPOSCÓPIO , NÃO COSTUMAM CAUSAR SINTOMAS E PODEM PERMANECER LATENTES POR VÁRIOS ANOS.
O DIAGNÓSTICO LABORATORIAL SERÁ FEITO ATRAVÉS DE EXAMES CITOLÓGICOS E HISTOPATOLÓGICOS ( BIÓPSIA ) OU TÉCNICAS DE BIOLOGIA MOLECULAR : CAPTURA HÍBRIDA E PCR .
A PRESENÇA DO HPV NO COLO UTERINO ESTÁ RELACIONADA AO AUMENTO DE INCIDÊNCIA DE NEOPLASIA INTRA-EPITELIAL CERVICAL EM DIFERENTES ESTÁGIOS E SUA PRESENÇA NA GENITÁLIA EXTERNA ESTÁ RELACIONADA COM O CÂNCER “IN SITU” DE CÉLULAS ESCAMOSAS , PAPULOSE BOWENÓIDE , CONDILOMAS , PAPILOMA DE LARINGE DENTRE OUTROS.
NÃO EXISTE MEDICAMENTO VIA SISTÊMICA PARA O VÍRUS HPV E TODO TIPO DE TRATAMENTO OBJETIVA REMOÇÃO E DESTRUIÇÃO DAS LESÕES PRESENTES COM RESULTADOS GERALMENTE SATISFATÓRIOS.
HOJE DE GRANDE VALIA , A VACINA QUADRIVALENTE PARA O HPV TEM SIDO USADA PARA PREVENÇÃO DESTA INFECÇÃO . A VACINA PROTEGE CONTRA OS SUBTIPOS 6/11 E 16/18 , OS MAIS FREQUENTES CAUSADORES DE VERRUGAS GENITAIS E NEOPLASIAS INTRA-EPITELIAIS ( LESÕES DE PRÉ-CÂNCER E CÂNCER GENITAL ) . PODE SER USADA NA FASE DA ADOLESCÊNCIA ( ANTES DA PRIMEIRA RELAÇÃO SEXUAL ) PARA AMBOS OS SEXOS OU A QUALQUER IDADE COMO FATOR PROTETOR NOS RELACIONAMENTOS DE RISCO . RECOMENDA-SE 3 ( TRÊS ) DOSES : O , 2 E 6 MESES.
A CIRURGIA DE CIRCUNCISÃO NOS HOMENS COM EXCESSO DE PREPÚCIO NO PÉNIS COLABORA BASTANTE PARA DIMINUIR A INCIDÊNCIA DO HPV NO HOMEM E CONSEQUENTEMENTE SUA TRANSMISSÃO PARA A ( O ) PARCEIRA ( O ) SEXUAL.
CASO 8
Vemos acima manifestações clínicas da AIDS ( SÍNDROME DA IMUNODEFICIÊNCIA ADQUIRIDA ) . Infeccão causada pelos HIV ( 1 e 2 ) que destrói os glóbulos brancos ( lifócitos T CD4+) .
Fatos importantes sobre a disseminação da AIDS:
- A AIDS é a sexta causa de morte entre pessoas de 25 a 44 anos nos Estados Unidos, depois de ser a número um em 1995.
- A Organização Mundial da Saúde estima que mais de 25 milhões de pessoas em todo o mundo morreram devido a essa infecção desde o começo da epidemia
- Em 2008, havia aproximadamente 33,4 milhões de pessoas em todo o mundo vivendo com HIV/AIDS, incluindo 2,1 milhões de crianças com menos de 15 anos.
O vírus da imunodeficiência humana (HIV) provoca AIDS. O vírus ataca o sistema imunológico e deixa o corpo vulnerável a uma série de infecções e a vários tipos de câncer que apresentam risco de vida.
Bactérias, fungos, parasitas e vírus comuns que normalmente não causam doenças graves nas pessoas com um sistema imunológico saudável podem provocar doenças fatais em pessoas com AIDS.
O HIV foi encontrado na saliva, nas lágrimas, no tecido do sistema nervoso e no líquido da coluna vertebral, no sangue, no sêmen (inclusive no líquido pré-ejaculatório, que é o líquido que sai antes da ejaculação), na lubrificação vaginal e no leite materno. Entretanto, em geral, somente o sangue, o sêmen, as secreções vaginais e o leite materno transmitem a infecção para outras pessoas.
O vírus pode ser transmitido:
- Por meio do contato sexual – incluindo sexo oral, vaginal e anal
- Pelo sangue – via transfusões de sangue (atualmente, extremamente raro nos Estados Unidos) ou por compartilhar agulhas
- De mãe para filho – uma mulher grávida pode transmitir o vírus para o feto pela circulaçãosanguínea compartilhada ou uma mulher amamentando pode transmitir o vírus para o bebê através do leite
Outras formas de disseminação do vírus são raras e incluem lesão acidental por agulha, inseminação artificial com sêmen doado por infectado e transplante de órgãos com órgãos infectados.
A infecção pelo HIV NÃO é transmitida por:
- Contato casual como abraçar
- Mosquitos
- Participação em esportes
- Tocar objetos tocados anteriormente por uma pessoa infectada pelo vírus
A AIDS e a doação de sangue ou órgãos:
- A AIDS NÃO é transmitida para uma pessoa que DOA sangue ou órgãos. As pessoas que doam órgãos para transplantes nunca estão em contato direto com aqueles que os recebem. Da mesma maneira, uma pessoa que doa sangue não entra em contato com a pessoa que recebe. Em todos esses procedimentos, são utilizadas agulhas e utilizados instrumentos esterelizados
- Entretanto, o HIV pode ser transmitido para uma pessoa que RECEBE sangue ou órgãos de um doador infectado. Para reduzir o risco, os bancos de sangue e os programas de doação de órgãos examinam doadores, sangue e tecidos exaustivamente
As pessoas com maior risco de contrair HIV são:
- Usuários de drogas injetáveis que compartilham agulhas
- Bebês nascidos de mães com HIV que não receberam o tratamento contra o HIV durante a gravidez
- Pessoas que praticam sexo sem proteção, principalmente com outras que têm comportamento de alto risco, que sejam HIV positivos ou que tenham AIDS
- Pessoas que receberam transfusões de sangue ou produtos coagulantes entre 1977 e 1985 (antes que os exames do vírus se tornassem uma prática padrão)
- Parceiros sexuais de pessoas que participam de atividades de alto risco (como o uso de drogas injetáveis ou o sexo anal).
Sintomas
A AIDS começa com a infecção pelo HIV. As pessoas infectadas podem não ter sintomas de HIV por 10 anos ou mais, mas ainda assim podem transmitir a infecção para outros durante esse período sem sintomas da doença. Se a infecção não é detectada e tratada, o sistema imunológico gradativamente se debilita e a AIDS se desenvolve.
A infecção aguda pelo HIV progride com o tempo (normalmente de algumas semanas a meses) para uma infecção assintomática (sem sintomas) e, depois, para uma infecção sintomática precoce por HIV. Posteriormente, ela progride para a AIDS (infecção avançada por HIV com contagem de células T CD4 abaixo de 200 células/mm3).
Quase todas as pessoas infectadas pelo HIV, se não tratadas, desenvolvem AIDS. Existe um pequeno grupo de pacientes que desenvolve a AIDS muito lentamente ou que nunca a desenvolvem. Esses pacientes são chamados de não progressores e podem ter uma diferença genética que impede que o vírus danifique seu sistema imunológico.
Os sintomas da AIDS são principalmente o resultado de infecções que normalmente não se desenvolvem em indivíduos com sistemas imunológicos saudáveis. Elas são chamadas de infecções oportunistas.
As pessoas com AIDS tiveram seu sistema imunológico atacado pelo HIV e são muito suscetíveis a essas infecções oportunistas.
Os sintomas comuns são:
- Calafrios
- Febres
- Suor (principalmente durante a noite)
- Glândulas linfáticas inchadas
- Fraqueza
- Perda de peso
Observação: A infecção inicial com HIV pode não produzir sintomas. Algumas pessoas, entretanto, apresentam sintomas similares à gripe, como febre, exantema, dor de garganta e linfonodos inchados, normalmente de 2 a 4 semanas depois de contrair o vírus. Algumas pessoas com infecção por HIV se mantém sem sintomas durante anos, entre a exposição ao vírus e o desenvolvimento da AIDS.
Exames e testes
A seguir, uma lista das infecções e dos tipos de câncer relacionados à AIDS que as pessoas com a doença podem ter à medida que a contagem de CD4 diminui. Anteriormente, a AIDS era definida como ter uma infecção por HIV e contrair uma dessas doenças adicionais. Hoje em dia, de acordo com os Centros de Controle e Prevenção de Doenças (Centers for Disease Control and Prevention), uma pessoa pode ser diagnosticada com AIDS se tiver uma contagem de células CD4 abaixo de 200 células/mm3, mesmo se não tiver uma infecção oportunista.
A AIDS também poderá ser diagnosticada se uma pessoa desenvolver uma das infecções oportunistas e tipos de câncer que ocorrem mais frequentemente em pessoas infectadas pelo HIV. Essas infecções são incomuns em pessoas com um sistema imunológico saudável.
As células CD4 são um tipo de célula imunológica. Elas também são chamadas de “células T” ou “células auxiliares”.
Muitas outras doenças e seus sintomas podem desenvolver-se, além das relacionadas aqui.
Comuns com contagem de CD4 abaixo de 350 células/mm3:
- Vírus da herpes simples – causa úlceras/pequenas bolhas na boca ou nos genitais, acontece mais frequentemente e normalmente com maior gravidade em pessoas infectadas pelo HIV do que em pessoas sem infecção por HIV
- Tuberculose – infecção pela bactéria da tuberculose que afeta os pulmões, mas pode afetar outros órgãos como o intestino, o revestimento do coração ou dos pulmões, cérebro ou revestimento do sistema nervoso central (cérebro e medula espinhal)
- Candidíase oral ou vaginal – infecção por fungos na boca ou na vagina
- Herpes-zóster (cobreiro) – úlceras/pequenas bolhas em uma placa da pele, causadas pela reativação do vírus varicela-zóster, o mesmo vírus que causa a varicela (catapora)
- Linfoma não Hodgkin – câncer dos linfonodos
- Sarcoma de Kaposi – câncer de pele, pulmões e intestinos associados ao herpes-vírus (HHV-8). Pode acontecer com qualquer contagem de CD4, mas é mais provável em baixos níveis de CD4 e mais comum em homens do que em mulheres
Comuns com contagem de CD4 abaixo de 200 células/mm3:
- Pneumonia por Pneumocystis carinii, “pneumonia PPC”, agora chamada de pneumonia porPneumocystis jiroveci, causada por um fungo
- Candidíase esofágica – infecção dolorosa do esôfago provocada por fungos
- Angiomatose bacilar – lesões na pele causadas por uma bactéria chamada Bartonella, que podem ser adquiridas por arranhões de gato
Comuns com contagem de CD4 abaixo de 100 células/mm3:
- Meningite criptocócica – infecção por fungos da membrana do cérebro
- Demência por HIV – deterioração da função mental, causada pelo próprio HIV
- Encefalite por toxoplasma – infecção do cérebro por um parasita chamado de Toxoplasma gondii, que é frequentemente encontrado nas fezes dos gatos; causa lesões no cérebro
- Leucoencefalopatia multifocal progressiva – uma doença do cérebro causada por um vírus (chamado vírus JC) que resulta em um declínio severo das funções mentais e físicas
- Síndrome de emaciamento – perda extrema de peso e do apetite, causadas pelo próprio HIV
- Diarreia por Cryptosporidium – diarreia extrema causada por um dos parasitas que afeta o trato gastrointestinal
Comuns com contagem de CD4 abaixo de 50/mm3:
- Mycobacterium avium – uma infecção do sangue causada por uma bactéria relacionada àtuberculose
- Infecção por citomegalovírus – uma infecção viral que pode afetar quase qualquer um dos sistemas de órgãos, principalmente o intestino grosso e os olhos
Além da contagem de CD4, um exame chamado nível de RNA do HIV (ou carga viral) pode ser usado para monitorar os pacientes. Os exames básicos de laboratório e o teste de Papanicolau cervical são importantes para monitorar a infecção por HIV, devido ao aumento do risco de câncer cervical em mulheres com o sistema imunológico comprometido. O Papanicolau anal, para detectar câncer em potencial, também pode ser importante para homens e mulheres infectados, mas seu valor não foi comprovado.
Tratamento
Atualmente, não existe cura para a AIDS. Contudo, existe uma série de tratamentos disponíveis que podem ajudar a manter os sintomas controlados e melhorar a qualidade de vida das pessoas que já desenvolveram os sintomas.
A terapia antirretroviral suprime a replicação do HIV no organismo. Uma combinação de várias drogas antirretrovirais, chamada de terapia antirretroviral altamente ativa (HAART), se mostrou muito eficaz na redução do número de partículas HIV na corrente sanguínea. Isso é medido pela carga viral (quantidade de vírus encontrada no sangue). Impedir a replicação do vírus pode aumentar a contagem de células T e ajudar o sistema imunológico a se recuperar da infecção por HIV.
A HAART não é uma cura para o HIV, mas se mostrou muito eficaz nos últimos 12 anos. As pessoas em tratamento com HAART, com níveis reduzidos de HIV, podem ainda assim transmitir o vírus por meio do sexo ou compartilhando agulhas. Existem boas evidências de que se os níveis de HIV permanecerem reduzidos e a contagem de CD4 permanecer alta (acima de 200 células/mm3), a vida poderá ser prolongada e aprimorada significativamente.
Porém, o HIV pode tornar-se resistente à HAART, principalmente em pacientes que não tomam os medicamentos diariamente nos horários indicados. Existem exames genéticos disponíveis para determinar se uma cepa do HIV é resistente a uma droga específica. Essas informações podem ser úteis para determinar a melhor combinação de drogas para cada pessoa e ajustar o regime de drogas se ele começar a falhar. Esses exames devem ser realizados cada vez que uma estratégia de tratamento começar a falhar e antes de começar o tratamento.
Quando o HIV se torna resistente à HAART, outras combinações de drogas devem ser usadas para tentar suprimir a cepa resistente do HIV. Existe uma série de novas drogas no mercado para tratar o HIV resistente.
O tratamento com a HAART tem complicações. A HAART é uma combinação de diferentes medicamentos, cada um com seus próprios efeitos colaterais.
Alguns efeitos colaterais comuns são:
- Concentração de gordura nas costas (“giba”) e abdôme
- Mal-estar geral
- Dor de cabeça
- Náuseas
- Fraqueza
Quando usados por muito tempo, esses medicamentos aumentam o risco de ataque cardíaco, talvez por aumentar os níveis de gordura e glicose (açúcar) no sangue.
Qualquer médico que prescrever a HAART deve observar o paciente atentamente para detectar possíveis efeitos colaterais. Além disso, exames de sangue de rotina medindo a contagem de CD4 e acarga viral do HIV devem ser feitos a cada 3 meses. O objetivo é obter a contagem de CD4 o mais próximo possível da normal e reduzir a quantidade de vírus HIV no sangue a um nível em que não possa ser detectado.
Outros medicamentos antirretrovirais estão sendo investigados. Além disso, os fatores de crescimento que estimulam o crescimento celular, como a eritropoietina (Epogen) e o filgrastim (G-CSF ou Neupogen) são usados algumas vezes para tratar a anemia e a baixa contagem de leucócitos associados à AIDS.
Também são usados medicamentos para prevenir infecções oportunistas (como a pneumoniaPneumocystis jiroveci) caso a contagem de CD4 seja suficientemente baixa. Isso mantém os pacientes com AIDS mais saudáveis por períodos mais longos. As infecções oportunistas são tratadas quando ocorrem.
Grupos de apoio
Muitas vezes, participar de grupos de apoio, em que os membros compartilham experiências e problemas, pode ajudar a diminuir o estresse emocional de doenças devastadoras.
Evolução (prognóstico)
No momento, não existe cura para a AIDS. Ela é sempre fatal quando não há tratamento. Nos Estados Unidos, a maioria dos pacientes sobrevive por muitos anos depois do diagnóstico devido à disponibilidade da HAART. A HAART aumentou drasticamente o tempo de sobrevivência das pessoas com HIV.
A pesquisa sobre tratamentos medicamentosos e o desenvolvimento de vacinas continua. Contudo, os medicamentos para o HIV não estão sempre disponíveis nos países em desenvolvimento, onde a epidemia é mais devassadora.
Complicações
Quando uma pessoa é infectada com o HIV, o vírus começa lentamente a destruir o sistema imunológico da pessoa. A velocidade desse processo difere em cada indivíduo. O tratamento com a HAART pode ajudar a reduzir ou interromper a destruição do sistema imunológico.
Uma vez que o sistema imunológico é gravemente afetado, a pessoa tem AIDS e está suscetível a infecções e cânceres que a maioria dos adultos saudáveis não teria. Entretanto, o tratamento antirretroviral ainda pode ser muito eficaz, mesmo nesse estágio da doença.
Prevenção
- Não utilize drogas ilícitas nem compartilhe agulhas ou seringas. Agora, muitas comunidades têm programas de intercâmbio de agulhas, em que você pode desfazer-se das seringas usadas e obter seringas novas esterilizadas. Esses programas também oferecem referências para o tratamento da dependência
- Evite o contato com o sangue de outra pessoa. Roupas, máscaras e óculos protetores podem ser apropriados para atender pessoas feridas
- Qualquer pessoa que tenha um exame positivo de HIV pode transmitir a doença e não deve doar sangue, plasma, órgãos nem esperma. As pessoas infectadas devem contar a qualquer parceiro sexual que possuem HIV positivo. Elas não devem trocar líquidos durante a atividade sexual e devem usar todas as medidas preventivas (como preservativos) para dar ao parceiro a máxima proteção
- As mulheres HIV positivas que queiram engravidar devem buscar aconselhamento sobre o risco para o feto e os métodos para evitar que o bebê seja infectado. O uso de certos medicamentos reduz drasticamente a probabilidade de que o bebê seja infectado durante a gravidez
- O Serviço de Saúde Pública dos Estados Unidos recomenda que as mulheres infectadas por HIV evitem amamentar para impedir que o HIV seja transmitido a seus bebês pelo leite materno
- As práticas de sexo seguro, como o uso de preservativos de látex, são altamente eficazes em prevenir a transmissão do HIV. PORÉM, existe um risco de adquirir a infecção mesmo com o uso de preservativos. A abstinência é a única forma segura de evitar a transmissão sexual do HIV
DSTs e nichos ecológicos
O comportamento sexual mais arriscado é o sexo anal receptivo desprotegido. O comportamento sexual menos arriscado é receber sexo oral. Praticar sexo oral em um homem está associado a algum risco de transmissão do HIV, mas é menos arriscado que a relação sexual vaginal desprotegida.
A transmissão da mulher para o homem é muito menos provável do que a transmissão do homem para a mulher. Praticar sexo oral em uma mulher que não esteja em seu período menstrual tem um baixo risco de transmissão.
Os pacientes HIV positivos que tomam medicamentos antirretrovirais têm menos probabilidade de transmitir o vírus. Por exemplo, as mulheres grávidas que estão em tratamento efetivo no momento do parto e que têm níveis indetectáveis de carga viral transmitem o HIV para seus bebês em menos de 1% das vezes, comparado com cerca de 20% das vezes quando os medicamentos não são utilizados.
O fornecimento de sangue dos Estados Unidos é um dos mais seguros do mundo. Praticamente todas as pessoas infectadas com HIV por transfusões de sangue receberam essas transfusões antes de 1985, ano em que passou a ser feito o exame de HIV em todo o sangue doado.
Se você acha que foi exposto ao HIV, procure atendimento médico IMEDIATAMENTE. Existem algumas evidências de que um tratamento imediato com drogas antivirais pode reduzir a probabilidade de que você seja infectado. Isso é chamado de profilaxia pós-exposição (PEP) e tem sido utilizado para impedir a transmissão para trabalhadores da área da saúde feridos por agulhas.
Há poucas informações disponíveis sobre a eficácia da PEP para pessoas expostas ao HIV por meio de atividade sexual ou uso de drogas injetáveis. Contudo, se você acha que foi exposto, converse sobre a possibilidade com um especialista informado (consulte as organizações locais de AIDS para obter as informações mais recentes) o mais breve possível. Qualquer pessoa vítima de estupro deve ter acesso à PEP e considerar seus potenciais riscos e benefícios.
Para concluirmos matéria de DST temos que lembrar ainda das HEPATITES que em determinados casos também são de transmissão sexual
Hepatite B
A hepatite B é uma doença infecciosa inflamatória do fígado causada pelo vírus da hepatite B(HBV) que afeta algumas espécies de primatas, incluindo seres humanos. Originalmente conhecida como “hepatite do soro”, a doença tem causado epidemias em regiões da Ásia e da África, e é endêmica na China. Cerca de um terço da população mundial foi infectada pelo vírus em algum momento de suas vidas, incluindo 350 milhões de pessoas que são portadoras crônicas.
O vírus é transmitido através da exposição a sangue ou fluidos corporais, tais como sêmen e secreções vaginais, contaminados. O DNA viral também já foi detectado na saliva, lágrimas e na urina de portadores crônicos. A infecção perinatal é a principal via de transmissão em áreas endêmicas (principalmente nos países em desenvolvimento). Outros fatores de risco para o desenvolvimento da infecção por HBV incluem: profissionais de saúde, pessoas que recebem transfusões ou diálise, acupuntura, tatuagem, viajantes a locais endêmicos e residentes de instituições. Entretanto, o vírus da hepatite B não pode ser transmitida através de aperto de mão, compartilhamento de talheres ou copos, beijo, abraço, tosse, espirro ou amamentação.
A doença aguda provoca inflamação do fígado, vômitos, icterícia e, raramente, a morte. Já a hepatite B crônica pode eventualmente causar cirrose ou mesmo câncer. A infecção pode ser prevenida através da administração em três doses da vacina contra hepatite B. O vírus da hepatite D (HDV) só ataca células já infectadas pelo HBV, piorando assim o prognóstico dos doentes com hepatite B crônica.
O vírus da hepatite B é um hepadnavírus – hepa, de hepatotrópico (atraído para o fígado) e dna, porque é um vírus de DNA – e tem um genoma circular de DNA de cadeia dupla parcial. Os vírus replicam através de uma forma intermediária de RNA por transcrição reversa, que, na prática, os relaciona com os retrovírus. Embora a replicação tenha lugar no fígado, o vírus propaga-se para o sangue, onde as proteínas virais e anticorpos contra eles são encontrados em pessoas infectadas.
Diagnóstico e tratamento
O diagnóstico da hepatite B deve não só identificar as pessoas com anticorpos contra a doença, mas também diferenciar aqueles que já tiveram a doença aguda, mas estão nessa altura curados, dos com hepatite crónica que necessitam de vigilância e tratamento. São usadas técnicas elaboradas de detecção de antigénios e anticorpos diferentes que surgem em diferentes estágios da doença. O episódio agudo é diagnosticado pela detecção no sangue de antigénios HBs e HBe, e anticorpos anti-HBc além de transaminases (enzimas que existem no interior dos hepatócitos e só saem para o sangue com destruição destes: indicadores de hepatite) simultaneamente. A infecção passada resolvida caracteriza-se por anticorpos anti-HBs e anti-HBc do tipo IgG. A imunidade efectiva da vacina é determinada pela detecção de anticorpos anti-HBs do tipo IgG, mas não anti-HBc. O doente crónico apresenta no sangue antigénios HBe e HBs altos e anticorpos anti-HBc do tipo IgG mas não anti-HBs. Além disso, pode ter transaminases elevadas (hepatite activa) e testes para a presença de vírus no sangue (PCR) positivos.
Não há tratamento eficaz para a hepatite B. A única medida é a prevenção pela vacina, que é eficaz. A vacina é constituída pelos antigénios HBs, sem nenhuma partícula viral. Administra-se por inoculação. Se a pessoa após alguns meses apresentar anticorpos anti-HBs em suficiente número, não necessitam de mais injecções, mas aqueles com menor resposta requerem novas inoculações, até três, espaçadas. Em muitos países é obrigatória. Cerca de 5% dos indivíduos que receberam a vacina poderão não estar mesmo assim efectivamente imunes.
Não há vacina contra HDV, mas como só infecta doentes crónicos com HB a vacina do HBV é protectora. Em doentes com hepatite B, a única prevenção é a abstinência de comportamentos de risco: sexo promíscuo e uso de seringas partilhadas.
Hepatite C
A hepatite C é uma doença infecciosa causada pelo vírus da hepatite C (VHC) e que afecta sobretudo o fígado. A infecção é muitas vezes assintomática, embora a infecção crónica possa levar à cicatrização do fígado e por fim à cirrose, que normalmente só se manifesta passado vários anos. Nalguns casos, os indivíduos com cirrose contraem Insuficiência hepática, cancro do fígado, podendo haver ainda complicações que representam risco imediato de vida, como varizes esofágicas ou gástricas.
O contágio com VHC é feito através de contacto sanguíneo, associado sobretudo ao uso deseringas, material médico mal esterilizado e transfusões sanguíneas. Estima-se que em todo o mundo sejam afectadas pela hepatite C 130 a 170 milhões de pessoas. A existência dahepatite C foi proposta durante a década de 1970 e demonstrada em 1989. A doença afecta apenas o ser humano e os chimpanzés.
O vírus permanece no fígado em cerca de 85% dos casos de infecção. Esta infecção crónica pode ser tratada com medicação: a terapia convencional consiste numa combinação depeginterferona e ribavirina, os quais podem ser complementados com boceprevir ou telaprevirem determinados casos. A taxa de sucesso do tratamento situa-se entre os 50 e 80%. Os indivíduos que desenvolvam cirrose ou cancro do fígado podem vir a necessitar de umtransplante de fígado. A hepatite C é a principal causa de transplantes de fígado, embora o vírus normalmente se volte a manifestar mesmo depois do transplante. Não existe ainda uma vacina eficaz contra a doença.
Infecção aguda
A infecção da hepatite C manifesta-se através de sintomas agudos em 15% dos casos. Os sintomas são geralmente pouco intensos e imprecisos, incluindo a falta de apetite, fadiga, náuseas, dores musculares ou nas articulações e perda de peso. A maior parte dos casos de infecção aguda não tem relação com a icterícia. A infecção desaparece por si própria e de forma espontânea em 10 a 50% dos casos, o que ocorre com mais frequência em indivíduos jovens do sexo feminino
Infecção crónica
Cerca de 80% daqueles que são expostos ao vírus contraem uma infecção crónica. Durante as primeiras décadas, a maior parte dos infectados não nota qualquer sintoma significativo, embora a hepatite C crónica esteja associada à fadiga. Após vários anos, a doença torna-se a principal causa de cirrose e de cancro do fígado. Cerca de 10 a 30% dos indivíduos infectados desenvolve cirrose num prazo de 30 anos. A cirrose é mais frequente entre os que estão igualmente infectados com a hepatite B ou o VIH, entre alcoólicos e em indivíduos do sexo masculino. Os que desenvolvem cirrose apresentam um risco vinte vezes maior de contrair um hepatocarcinoma, ao ritmo de 1 a 3% ao ano, e no caso de estar associado ao excesso de álcool o risco aumenta para 100 vezes. A hepatite C está na origem de 27% dos casos de cirrose e de 25% dos casos de hepatocarcinoma em todo o mundo.
A cirrose hepática pode levar à hipertensão portal, acumulação de líquidos no abdómen, susceptibilidade a hemorragias, varizes (sobretudo no estômago e esófago], icterícia, e um síndroma de alteração psíquica conhecido como encefalopatia hepática. É uma das causas mais comuns na requisição de transplantes hepáticos.
Tratamento
O VHC induz infecção crónica em 50% a 80% dos indivíduos infectados. Entre estes, a taxa de sucesso do tratamento é de 40% a 80%.Em casos raros, a infecção pode desaparecer sem qualquer tratamento. Os portadores de hepatite C crónica são aconselhados a evitar bebidas alcoólicas e medicamentos que apresentem toxicidade para o fígado, para além de ser recomendada a vacinação contra a hepatite A e hepatite B. Para aqueles que têm cirrose, recomenda-se também a vigilância do hepatocarcinoma através de ecografia.
Medicação
Regra geral, recomenda-se o tratamento para todos aqueles em que se sejam detectadas anormalidades no fígado como resultado da infecção de VHC. Actualmente, o tratamento é a administração combinada de interferão alfa peguilado com o fármaco antiviral ribavirinadurante um período de 24 ou 48 semanas, dependendo do genótipo do VHC. Quando administrado em conjunto com a ribavirina, o interferão alfa peguilado 2a aparenta superior ao interferão alfa peguilado 2b, embora as provas não sejam ainda determinantes.Registam-se melhorias em 50% a 60% dos pacientes. A combinação de boceprevir ou telaprevir com a ribavirina e e o interferão alfa peguilado melhora a resposta antiviral ao genótipo 1 da hepatite c. Os efeitos secundários deste tratamento são bastante comuns, com cerca de metade dos pacientes a manifestarem sintomas semelhantes aos da gripe e cerca de um terço a manifestar problemas de ordem emocional. O tratamento durante os primeiros seis meses é mais eficaz do que aquele que seja feito depois da infecção se ter tornado crónica. Se o indivíduo contrair uma nova infecção e esta não tiver sido eliminada ao fim de oito a doze semanas, é recomendada a administração de interferão peguilado durante 24 semanas. Em pacientes com talassemia, a ribavirina aparenta ser eficaz, mas aumenta a necessidade de transfusões.