A endometrite é um processo inflamatório agudo ou crônico que acomete o endométrio, camada que reveste internamente o útero. Geralmente é causado por uma infecção, mas tem outras etiologias.

Endometrite aguda e crônica

A condição aguda e a crônica da endometrite é caracterizada, na maioria das vezes, pela presença de bactérias. A aguda é de curta duração e responde bem ao tratamento, sendo uma causa incomum de infertilidade.

A endometrite crônica pode prejudicar a fertilidade e reduzir as chances de gravidez, principalmente quando constitui o resultado de um processo inflamatório de longa duração no endométrio. Nesses casos, a implantação do embrião no endométrio é prejudicada.

Na ausência de uma amostra de tecido, outros fatores podem ajudar a distinguir entre inflamação aguda e crônica do endométrio. Os sintomas, por si só, não são determinantes, uma vez que as manifestações clínicas de ambos os distúrbios são semelhantes.

Uma exceção é a febre. As pacientes com endometrite aguda frequentemente têm febre, enquanto as que enfrentam processo crônico não.

Quais são as causas?

A endometrite é uma doença infecciosa. As infecções que podem causá-la incluem:

  • Infecções sexualmente transmissíveis, como clamídia e gonorreia, ureaplasma e micoplasma;
  • Infecções resultantes da proliferação de bactérias vaginais;
  • Tuberculose.

Vale salientar que o canal vaginal é repleto de bactérias que vivem em equilíbrio e protegem contra a proliferação de outras bactérias que podem ser prejudiciais.

Fatores de risco

Existem alguns fatores que aumentam as chances da  mulher desenvolver a doença:

  • Abortos, partos ou procedimentos ginecológicos;
  • Colocação de dispositivo intrauterino (DIU);
  • Dilatação e curetagem (raspagem uterina).

A endometrite pode ocorrer simultaneamente a outras condições na região pélvica, como uma inflamação do colo do útero, chamada cervicite, inflamação das tubas uterinas (salpingite), ovário (ooforite) e peritônio pélvico (peritonite pélvica).

Quais são os sintomas e sinais da doença?

Geralmente, a endometrite causa os seguintes sintomas:

  • Distensão abdominal;
  • Sangramento vaginal anormal;
  • Corrimento vaginal anormal;
  • Febre, que pode ser baixa ou alta;
  • Dor na pelve, área abdominal inferior ou área retal;
  • Evacuação com desconforto, podendo haver constipação.

No entanto, a endometrite crônica pode estar presente, mas a maioria das mulheres não apresenta nenhum sintoma ou manifestações que possam ser diagnosticadas erroneamente.

Como diagnosticar?

O diagnóstico de endometrite não é simples e exige cooperação entre o clínico e o patologista. A avaliação ginecológica pode passar pela análise dos sintomas apresentados e coleta de células uterinas importantes para ajudar a determinar a existência de agentes infecciosos.

Geralmente, é realizado o uso de meios complementares de diagnóstico, como a histeroscopia, associados a análises laboratoriais específicas, como exames de sangue, urina e corrimento vaginal e avaliação anatomopatológica da biópsia do endométrio.

A biópsia endometrial é uma ferramenta que desempenha um papel significativo na avaliação do casal infértil porque podem elucidar as várias causas de infertilidade.

Como tratar?

A endometrite tem cura. O tratamento para remover a infecção pode envolver o uso de antibióticos, como doxiciclina, ciprofloxacina, amoxicilina com clavulanato, azitromicina.

Esses remédios são usados para combater as bactérias que causam a inflamação do endométrio. Dependendo do tipo de infecção, o parceiro também deve ser tratado.

Posteriormente, culturas cervicais ou uma biópsia endometrial podem ser realizadas para garantir que a infecção desapareceu completamente após o término do tratamento com antibióticos. Caso contrário, um antibiótico diferente pode ser necessário.